Após análise aprofundada, geólogo e engenheiro optam por fundação que distribui a carga por grandes superfícies e por tratamento do maciço rochoso
Rodrigo Louzas, do Portal PINIweb
As características geológicas e geotécnicas do terreno do empreendimento WTorre Morumbi, em São Paulo, exigiu cuidados e soluções especiais na fundação. O complexo está distribuído em duas torres, de 29 pavimentos, em uma área construída de 143 mil m².
Com as escavações concluídas, quando o local foi submetido a testes para o início da fundação, foram encontradas rochas do embasamento cristalino da Bacia Sedimentar Terciária de São Paulo. Nos primeiros testes, as estruturas, compostas com biotita gnaisse com zonas de franca migmatização, apresentavam um alto grau de fraturamento e conturbação estrutural.
Segundo nota técnica desenvolvida pelo geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos e o engenheiro Damasco Penna sobre a solução da obra, "ainda que as fraturas da rocha se apresentassem mais frouxas e aliviadas na proximidade da superfície, o padrão de intenso faturamento, com eventual material de alteração de rocha no interior de fraturas, era persistente em profundidade". Isso poderia trazer riscos aos edifícios, já que altos níveis de solicitações de carga seriam impostos às fundações.
A partir do momento em que ficou claro que aquele se tratava de um solo que exigia condições especiais, a empresa Damasco Penna Engenharia Geotécnica, responsável projeto das fundações do empreendimento, focou em duas estratégias: a escolha do tipo de fundação mais adequado e o tratamento do maciço rochoso.
Após estudos, a solução encontrada foi uma fundação que distribuísse as cargas por grande superfície, evitando assim uma zona de maior grau de alteração do que as outras. Para promover a distribuição de carga, foram projetadas duas grandes sapatas-radier, com cerca de 875 m² de área cada, 4,2 metros de altura, compondo volumes aproximados de 3.650 m³. Essa condição exigiu operação cuidadosa de concretagem, em camadas.
Por fim, com o objetivo de melhorar a qualidade dos parâmetros geotécnicos, elevar o patamar real de tensões admissíveis e compor uma base rochosa consolidada, foi injetada uma calda de cimento sob o maciço rochoso.
"As injeções propiciaram atingir um patamar de qualidade geotécnica superior para o maciço rochoso de fundação, especialmente no que se refere ao seu módulo de deformalidade e à sua resistência à compressão e, por decorrência, de suas tensões máximas admissíveis", afirmaram os engenheiros.
A previsão é que o empreendimento seja entregue no final de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário