Reportagem: Romário Ferreira
Com máquinas pesadas, serviço exige preparação logística e dos acessos, considerando a capacidade de carga do solo. Eventuais rampas não podem ter mais que 30% de inclinação. O canteiro fotografado, do empreendimento Marco Zero São Bernardo, da MBigucci, passou por substituição de solo para aumentar a capacidade de carga. Assim, 60 cm de argila foram substituídos por 40 cm de rachão [britas 4 e 5] e outros 20 cm de terra.
É preciso respeitar a distância mínima de cinco vezes o diâmetro da estaca antes de perfurar, num mesmo dia, estacas vizinhas. Caso contrário, pode haver rompimento e interligação dos fustes. Se a estaca tiver 30 cm de diâmetro, como no caso deste passo a passo, a distância mínima é de 1,5 m.
Com 30 cm de diâmetro, é possível executar até 14 estacas diárias. Com 70 cm, em média, nove estacas. Acompanhe a execução de elementos com 11 m de profundidade.
Passo 1. A locação das estacas é feita por dois profissionais de topografia. Um deles indica, com um piquete, o local no terreno onde a estaca será executada.

Passo 3. A locação é feita com uma pequena barra de ferro, afundada cerca de 50 cm no solo. Além de marcar o local exato, isso é importante para evitar que a movimentação das máquinas retire a marcação.
Passo 4. Em seguida, a hélice é posicionada onde será executada a estaca. O trado já precisa estar ajustado para o tamanho da estaca - neste caso, com 30 cm de diâmetro e 11 m de profundidade.
Passo 5. Antes de o trado iniciar a escavação da primeira estaca do dia, é preciso lubrificar sua tubulação. Para isso, é usado o próprio concreto. A tampa da ponta do trado é aberta para a liberação do concreto. Logo depois ela é fechada para início da perfuração.
Passo 6. Conforme a perfuração avança, a hélice vai levando o solo escavado para a superfície.
Passo 7. Após atingir a profundidade total da perfuração - 11 m neste caso -, o operador da perfuratriz começa a remover o trado do orifício. Simultaneamente, o concreto vai sendo lançado pelo duto que passa no centro da hélice. É hora também de os operários removerem do trado o solo aderido.
Passo 8. Para garantir que todo o espaço da estaca seja preenchido, a pressão do concreto, assim como a velocidade de perfuração e de remoção do trado, é continuamente controlada pelo operador. É ele também quem dá o sinal, com uma buzina, para início e término da concretagem.
Para esta execução, o concreto utilizado tinha slump de 22±2 cm, com brita zero - também chamada de pedrisco. É fundamental conferir o concreto assim que ele chegar à obra, para verificar sua fluidez. Também são retirados os corpos de prova para avaliar, posteriormente, a resistência.

Passo 10. Com a escavação concluída e o fuste totalmente preenchido de concreto, é hora de colocar a armação com auxílio da própria escavadeira. O equipamento iça as ferragens e as insere, com velocidade controlada, no orifício.
Passo 11. A armação precisa dos espaçadores e dos roletes para descer centralizada e garantir o cobrimento pelo concreto. As ferragens devem ficar abaixo da cota de arrasamento. Passo 12. No caso desta obra, a estaca tinha 11 m de comprimento, mas recebeu armaduras apenas nos 6 m mais próximos à superfície. Assim, com um concreto fluido, foi preciso amarrar a armação para que não descesse até o fundo. Prevendo isso, repare, na primeira foto, que há um arame já preso à armadura.
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